Sexta-feira, dia de relaxar os neurônios lendo livros e textos agradáveis, escutando uma música bacana e ver aquele filme. Por esses e outros motivos quero compartilhar com vocês, estimáveis leitores, o texto escrito por Eduardo Tavares - Diretor de arte da Exclam - para a coluna ponto&vírgula do Clube de Criação do Paraná, uma comparação gostosa entre publicidade e propaganda que você não pode deixar de ler, delicie-se!
As pessoas que me conhecem sabem do meu fanatismo quase religioso pelo esporte bretão. Não apenas pelo jogo em si, mas por toda a atmosfera que envolve esse esporte. As histórias antigas, os grandes ídolos, quem jogou onde e tudo mais. Alguns estudiosos olham para o gramado e enxergam um retrato perfeito da sociedade. Entre os analistas políticos, então, a bola serve de explicação para muita coisa. Pra mim, no entanto, que não entendo patavinas de política, o futebol é a associação perfeita com a publicidade. E que momento melhor pra falar sobre isso do que agora, com o Campeonato de Futebol do CCPR a todo vapor.
OK, OK, você vai dizer: "Pô, Tavares, dá pra associar futebol com praticamente qualquer atividade do mundo". E eu concordo com você. Mas acho que em nenhuma atividade essa associação se encaixa tão bem. Confira comigo no replay:
Comecemos com os juniores (estagiários) de qualquer clube (agência). Depois de muito esforço, dedicação e peneiras, onde o "aspira" mostra seu futebol (pasta) para quem conhece do traçado, o cara consegue se destacar entre vários outros e entra num time. O começo é difícil, a grana é ridícula - se existe -, o reconhecimento é nulo e os treinamentos (trabalhos) são irrelevantes. Vão desde amaciar as chuteiras do craque (refilar layouts) até servir isotônicos pra galera (Vai na padoca, porra!). Sem falar na zoação sem fim, nas rodas de bobinho intermináveis. Apesar da pressão, essa interação juniores/veteranos é importante para o indivíduo. Se ele for meia-boca, vai desistir com o tempo. Já se for razoavelmente bom, vai conseguindo se destacar. Entra num coletivo em que o titular faltou (aquela logomarca para o evento sem pé nem cabeça que o cliente pediu na última hora), dá aquele passe pro gol no rachão (pesquisa umas fotos pro layout ) e se mantiver o ritmo pode até passar a compor o banco junto com os mais experientes. Aqui é um momento crítico, pois, dependendo do nível do clube e de sua situação financeira, o júnior (estagiário) pode ser lançado a profissional antes da hora. Sem o trabalho de base correto e no tempo certo, o treinador (diretor de criação) pode acabar queimando a promessa.
Olhando os times de futebol como um todo, a semelhança fica ainda maior. Temos os dirigentes (donos, sócios e afins), os técnicos (diretores de criação, já mencionados) e os jogadores (criativos e, por que não, planejamentos, atendimentos e mídias). E é aqui que começamos a diferenciar a posição de cada um. Não vou cometer o absurdo de dizer que os criativos são todos meias, pontas-de-lança, centroavantes e armadores, muito menos que os atendimentos/mídias/planejamentos são zagueiros e volantes cães de guarda. Na minha humilde opinião, baseada na minha breve experiência, acredito que sim, a maioria dos criativos joga no ataque e o resto dos profissionais da agência costuma jogar na retranca. Mas não podemos generalizar, pois da mesma forma que existem aqueles atendimentos-artilheiros que vendem o "peixe" de forma brilhante e marcam altos gols de placa, também existem aqueles criativos de contenção, que só fazem o feijão-com-arroz e resolvem sempre na base da "idéia-bola pro mato”.
Outro exercício legal é a comparação agência/time. Enquanto aqui no mercado curitibano vivemos no patamar do futebol brasileiro, com um campeonato empolgante - apesar de muitas vezes já decidido pelo time com melhor estrutura -, dono de alguns novos talentos e outros mais rodados, mas não menos talentosos, no mercado paulista o negócio é diferente. É meu amigo, lá é campeonato europeu. Grandes nomes, grandes contratações e todos os times recheados de craques. E dá-lhe a gente tentar nossos golzinhos aqui pra ver se somos notados, assim como já foram aqueles que antes jogavam em nossos gramados e hoje brilham por lá.
Mas pra mim, sem sombra de dúvida, o mais legal é tentar definir as agências. Tem aquela agência Goiás, que revela vários jogadores para os outros clubes, vive bem colocada (desconsiderem esse ano, que o negócio tá feio lá para os lados do Serra Dourada) e roubando ponto dos grandes, mas que ganha muito pouca coisa. Tem a agência Corinthians, que é muito grande, ou se ama ou se odeia, e que anda meio em baixa graças às bagunças de seus dirigentes. A agência Botafogo, que já foi um celeiro de craques, mas agora não ganha nem em bingo de quermesse. Não podemos deixar de lado a agência São Paulo: estrutura de primeira, salários top e abocanhando tudo que é título que aparece pela frente. E por aí vai...
E é por isso, meus caros, que eu acho a associação futebol x publicidade perfeita. Agora basta esperar que nossos salários e prestígio fiquem parecidos com os profissionais do mundo da bola. Ou que pelo menos aquela maria-chuteira loiraça apareça sentada do nosso lado no balcão do Workchopp.
As pessoas que me conhecem sabem do meu fanatismo quase religioso pelo esporte bretão. Não apenas pelo jogo em si, mas por toda a atmosfera que envolve esse esporte. As histórias antigas, os grandes ídolos, quem jogou onde e tudo mais. Alguns estudiosos olham para o gramado e enxergam um retrato perfeito da sociedade. Entre os analistas políticos, então, a bola serve de explicação para muita coisa. Pra mim, no entanto, que não entendo patavinas de política, o futebol é a associação perfeita com a publicidade. E que momento melhor pra falar sobre isso do que agora, com o Campeonato de Futebol do CCPR a todo vapor.
OK, OK, você vai dizer: "Pô, Tavares, dá pra associar futebol com praticamente qualquer atividade do mundo". E eu concordo com você. Mas acho que em nenhuma atividade essa associação se encaixa tão bem. Confira comigo no replay:
Comecemos com os juniores (estagiários) de qualquer clube (agência). Depois de muito esforço, dedicação e peneiras, onde o "aspira" mostra seu futebol (pasta) para quem conhece do traçado, o cara consegue se destacar entre vários outros e entra num time. O começo é difícil, a grana é ridícula - se existe -, o reconhecimento é nulo e os treinamentos (trabalhos) são irrelevantes. Vão desde amaciar as chuteiras do craque (refilar layouts) até servir isotônicos pra galera (Vai na padoca, porra!). Sem falar na zoação sem fim, nas rodas de bobinho intermináveis. Apesar da pressão, essa interação juniores/veteranos é importante para o indivíduo. Se ele for meia-boca, vai desistir com o tempo. Já se for razoavelmente bom, vai conseguindo se destacar. Entra num coletivo em que o titular faltou (aquela logomarca para o evento sem pé nem cabeça que o cliente pediu na última hora), dá aquele passe pro gol no rachão (pesquisa umas fotos pro layout ) e se mantiver o ritmo pode até passar a compor o banco junto com os mais experientes. Aqui é um momento crítico, pois, dependendo do nível do clube e de sua situação financeira, o júnior (estagiário) pode ser lançado a profissional antes da hora. Sem o trabalho de base correto e no tempo certo, o treinador (diretor de criação) pode acabar queimando a promessa.
Olhando os times de futebol como um todo, a semelhança fica ainda maior. Temos os dirigentes (donos, sócios e afins), os técnicos (diretores de criação, já mencionados) e os jogadores (criativos e, por que não, planejamentos, atendimentos e mídias). E é aqui que começamos a diferenciar a posição de cada um. Não vou cometer o absurdo de dizer que os criativos são todos meias, pontas-de-lança, centroavantes e armadores, muito menos que os atendimentos/mídias/planejamentos são zagueiros e volantes cães de guarda. Na minha humilde opinião, baseada na minha breve experiência, acredito que sim, a maioria dos criativos joga no ataque e o resto dos profissionais da agência costuma jogar na retranca. Mas não podemos generalizar, pois da mesma forma que existem aqueles atendimentos-artilheiros que vendem o "peixe" de forma brilhante e marcam altos gols de placa, também existem aqueles criativos de contenção, que só fazem o feijão-com-arroz e resolvem sempre na base da "idéia-bola pro mato”.
Outro exercício legal é a comparação agência/time. Enquanto aqui no mercado curitibano vivemos no patamar do futebol brasileiro, com um campeonato empolgante - apesar de muitas vezes já decidido pelo time com melhor estrutura -, dono de alguns novos talentos e outros mais rodados, mas não menos talentosos, no mercado paulista o negócio é diferente. É meu amigo, lá é campeonato europeu. Grandes nomes, grandes contratações e todos os times recheados de craques. E dá-lhe a gente tentar nossos golzinhos aqui pra ver se somos notados, assim como já foram aqueles que antes jogavam em nossos gramados e hoje brilham por lá.
Mas pra mim, sem sombra de dúvida, o mais legal é tentar definir as agências. Tem aquela agência Goiás, que revela vários jogadores para os outros clubes, vive bem colocada (desconsiderem esse ano, que o negócio tá feio lá para os lados do Serra Dourada) e roubando ponto dos grandes, mas que ganha muito pouca coisa. Tem a agência Corinthians, que é muito grande, ou se ama ou se odeia, e que anda meio em baixa graças às bagunças de seus dirigentes. A agência Botafogo, que já foi um celeiro de craques, mas agora não ganha nem em bingo de quermesse. Não podemos deixar de lado a agência São Paulo: estrutura de primeira, salários top e abocanhando tudo que é título que aparece pela frente. E por aí vai...
E é por isso, meus caros, que eu acho a associação futebol x publicidade perfeita. Agora basta esperar que nossos salários e prestígio fiquem parecidos com os profissionais do mundo da bola. Ou que pelo menos aquela maria-chuteira loiraça apareça sentada do nosso lado no balcão do Workchopp.
Um comentário:
Duda Pan,
Ohhh...
Legal.
Vou leva esse texto para ser discutido em sala d aula.
Valeu.
Uau!
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